quinta-feira, 24 de julho de 2014

O processo histórico de ocupação e organização espacial africana - 1º bimestre - aula nº 2

O processo histórico de ocupação e organização espacial africana:

Tudo começou a partir do século XIX, quando se iniciou uma nova fase do colonialismo europeu, marcada por uma maior ocupação e uma exploração mais efetiva dos continentes africano e asiático.

Como a revolução Industrial apresentava-se em pleno desenvolvimento em países como Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e Alemanha, fazia-se necessária a exploração cada vez maior de matérias-primas, como Ferro, Cobre Chumbo, Algodão e Borracha, a baixos custos, para serem transformadas em produtos industrializados.

O surto de processos de independência das colônias americanas, durante o século XIX, impôs restrições à exploração e ao saque de recursos primários pelas metrópoles naquele continente.

Por outro lado, a independência dessas colônias americanas representou a ampliação do mercado consumidor para os produtos industrializados das metrópoles, já que o mercado europeu encontrava-se, nessa época, um tanto saturado.

Assim, as maiores potências europeias encontraram algumas soluções para garantir o suprimento de matérias-primas para suas indústrias promoveram a ocupação e divisão desses territórios, facilitando a exploração em grande escala dos recursos naturais existentes nesses continentes.

No caso da África, essa divisão ou partilha, como também ficou conhecida, foi realizada por meio de um acordo selado na Conferência de Berlim (Alemanha), em 1885, entre Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha e Itália, além de Portugal e Espanha, que já possuíam domínios nesse continente. Com o fechamento do acordo da partilha da África, na conferência de Berlim, houve uma verdadeira “corrida” entre as metrópoles para a delimitação das fronteiras de suas colônias em território africano.

A partilha da África entre países da Europa e a implantação de atividades econômicas voltadas para o abastecimento do mercado europeu trouxeram profundas consequências: desestruturaram completamente a organização política, econômica e cultural da maioria dos povos africanos, que há séculos, mantinham modos de vida muito distintos dos europeus.

Essa desestruturação social ocorreu, principalmente, por que:
1) as fronteiras traçadas pelos europeus levaram em conta apenas os seus interesses econômicos não respeitando os limites territoriais que já existiam entre os grupos tribais, acabou separando povos com uma mesma identidade histórico-cultural, ou colocando dentro do território de uma mesma colônia antigas tribos rivais:

2) os povos africanos eram, originalmente, dedicados a uma agricultura de subsistência e ao pastoreio, enquanto outros grupos dedicavam-se à caça e à coleta de frutos e raízes. Com a introdução das atividades agrícolas de plantations e da mineração, foram estabelecidos empresas e núcleos de povoamentos de europeus no interior da África, resultando na desapropriação de áreas de diversas tribos. Assim, muitas dessas populações deixaram de trabalhar em suas atividades tradicionais para tornarem-se mão-de-obra assalariada ou mesmo escravos dos próprios europeus que desapropriaram suas terras. Para as tribos que persistiram no trabalho agrícola, restaram, na maioria dos casos as áreas com solos pouco férteis;

3) muitas das regiões onde se desenvolveram as plantations e a mineração eram pouco povoadas, o que levou os colonizadores a deslocar grandes contingentes de africanos de regiões distantes para as áreas de maior exploração. Esse fato acabou provocando uma redução populacional nas regiões de origem desses migrantes.


Houve, portanto, uma reorganização do espaço africano pelos colonizadores europeus que caracterizou pela exploração e pelo desrespeito às necessidades dos povos que o habitavam. Isso gerou grandes conflitos e problemas sociais na África.

Fonte: Currículo minimo (Seeduc)

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